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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DST NO CARNAVAL

As doenças sexualmente transmissíveis podem ser adquiridas em qualquer época do ano e não escolhe raça, sexo, cor e idade. Porém, muitas pessoas se envolvem com o clima carnavalesco e deixam de lado certas precauções. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, SBMFC, dr. Gustavo Gusso, afirma que os cuidados devem ser redobrados nesta época do ano. “Mais de 20 doenças sexualmente transmissíveis afetam homens e mulheres. Ainda que algumas tenham cura, outras acompanham a pessoa por toda a vida afetando a saúde física, emocional e a qualidade de vida”.

Segundo o presidente, nem sempre os sintomas aparecem, por isto fazer os testes periodicamente é muito importante. O uso de preservativos é fundamental também, porém não é garantia de proteção completa. Métodos anticoncepcionais (diafragma, pílula anticoncepcional etc) não protegem contra as DSTs. Não é recomendado compartilhar agulhas e seringas. Gestantes podem passar as doenças para os bebês antes, durante e logo após o parto. Algumas doenças podem ser facilmente curáveis, outras podem causar danos ao recém-nascido e ocasionar problemas para a vida toda ou até a morte. Em caso de vida sexual ativa, especialmente se tiver mais de um parceiro, é recomendável realizar exames regulares, afinal quando mais cedo for detectada, mais fácil será o tratamento.

Outros cuidados devem ser tomados pelos cidadãos durante o Carnaval. O consumo de bebidas em lata também aumenta neste período e dependendo das condições de higiene e armazenamento aumentam o risco de contaminação devido a proliferação de bactérias. “As latas devem ser lavadas antes do consumo. Também deve-se estar atento a procedência dos preservativos que podem ser falsificados ou contrabandeados. Dê preferência para produtos certificados com registro do Ministério da Saúde”, orienta Gusso.

DST em números

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde mostra que 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de doenças sexualmente transmissíveis (DST) como sífilis, HPV, gonorréia e herpes genital. São, no total, 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. Segundo o órgão, 18% dos homens e 11,4% das mulheres não procuram nenhum tipo de tratamento. As complicações dessas doenças aumentam em 18 vezes o risco de infecção pelo vírus HIV, diz a pesquisa.

De acordo com o ministério, a região Norte tem o maior percentual de homens (24,6%) que tiveram algum tipo de DST. Em outras regiões, o número não passa de 20%. Quando o recorte é feito por raça, a pesquisa mostra que o total de homens negros (19%) que relataram sintomas é maior do que entre os brancos (13,8%).

Dados do Ministério da Saúde de 1980 até junho de 2008 notificam 506.499 casos acumulados de Aids no Brasil, sendo que nas regiões Norte e Nordeste a tendência é que os casos continuem crescendo. Outros dados apontam que o país tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,61% na população de 15 a 49 anos. Do total de 205.409 mortes por Aids no país, 58.348 ocorrem na região Nordeste, que fica atrás apenas das regiões Sudeste e Sul. Números recentes da Sociedade Brasileira de Infectologia indicam que a clamídia é a DST de maior frequência no Brasil, com 1.967.200 casos notificados, acima da gonorréia (1.541.800), sífilis (937.000) e HPV (685.400).

Principais doenças sexualmente transmissíveis:
Gonorréia; sífilis; cancro mole ou bubão; tricomoníase; herpes genital; condiloma; cândiase; AIDS e clamidea.

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