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quinta-feira, 8 de julho de 2010

FISIOLOGIA DA PAIXÃO

Bom dia, Cássio Emílio

Sou assessora da médica fisiologista Cibele Fabichak, estudiosa da fisiologia da paixão. Por meio de estudos científicos é possível afirmar que a paixão funciona de maneira similar a uma verdadeira droga. Estudos mostram o que ocorre no corpo quando nos apaixonamos.
Baseada nesses estudos e na sua experiência profissional, a médica escreveu um breve artigo analisando o caso do goleiro Bruno, do Flamengo, suspeito de ser o mandante da morte da ex-amante.
Se for do seu interesse, Dra. Cibele está disponível para entrevista sobre o assunto.

O Caso Bruno e o trio explosivo: sexo, paixão e endorfinas...

O caso do desaparecimento de Eliza, ex-amante do goleiro do Flamengo, Bruno, é mais um exemplo, dentre tantos outros, de como o trio - sexo, paixão e endorfinas - pode levar a desfechos trágicos e até mortais.
A paixão (fase inicial do amor, onde há desejo sexual e atração física) é um estado alterado do cérebro, em que um coquetel de hormônios e substâncias provoca seus sinais característicos, tais como euforia, intenso busca por satisfação sexual, sensação indisfarçável de felicidade, energia aumentada, insônia, perda de apetite, tremor nas mãos, palpitação, respiração acelerada, pensamentos obsessivos, grande empatia, intensa saudade e dependência emocional e finalmente, a focalização somente nas qualidades do ser amado.
Estar apaixonado é experimentar um turbilhão de emoções, muitas vezes contraditórias e volúveis, como medo, insegurança e dúvidas. Mas à medida que o casal vive intensamente essa relação, provoca um “embaçamento” da visão crítica do outro. Morar junto precocemente, comprar um imóvel juntos, emprestar dinheiro para o parceiro, ou até engravidar sem planejamento podem ser exemplos de equívocos cometidos por casais completamente submersos nos hormônios da paixão e sem discernimento racional adequado do outro.
E por que isso acontece? Os pesquisadores acreditam que é porque certos hormônios e substâncias “ligam” áreas cerebrais do prazer e “desligam” algumas áreas do julgamento crítico. As endorfinas (um tipo de opióide) são liberadas no cérebro em grandes quantidades durante a paixão (principalmente durante a atividade sexual) e produzem uma sensação de prazer, relaxamento, bem-estar e felicidade muito característica no apaixonado.
Os estudos mostram que as endorfinas, juntamente com outras substâncias, “estimulem” certas áreas do cérebro que favorecem o estado de prazer intenso e, por outro lado, inibem outras regiões que reduzem o discernimento crítico sobre o ser amado. O cérebro nos engana e cria uma percepção irreal do outro, em que defeitos não existem, o medo do desconhecido é drasticamente reduzido e, os critérios de avaliação racional do parceiro estão muito diminuídos.
No caso do goleiro, Eliza parece que vivia uma paixão intensa e obsessiva por Bruno, que provavelmente fez com que ela perdesse seu censo crítico, e se apaixonasse por uma pessoa de caráter um tanto duvidoso. Aliás, outro caso é o da advogada Mércia Nakashima que, talvez, contenha componentes deste tipo de distúrbio.
Os dois casos ainda estão sob investigação da polícia e não nos cabe julgar.
O que faço aqui é uma reflexão, utilizando a minha experiência profissional. É fato que alguns apaixonados já sofreram por não enxergarem os defeitos do ser amado. Por isso acho que vale a pena meditarmos um pouco mais sobre esse turbilhão de emoções e hormônios com que convivemos diariamente, buscando conhecer melhor a química da paixão, para fazermos boas escolhas em nossas vidas.

AUTORA: CIBELE FABICHAK – Médica Fisiologista

Mais informações:
Adriana Franco
Tel: (11) 4177-5821 / (11) 4365-1173
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